Operações ocorrem na Pedreira, Costa Barros, e na Favela do Guandu, em Japeri, que fica às margens do Arco Metropoliano, local dos crimes
Rio – A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), realizam operações nos complexos da Pedreira e Chapadão, em Costa Barros, e na Favela Parque Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, além de outras comunidades, para cumprir 21 mandados, de prisão e de busca e apreensão, contra criminosos que roubam cargas no Arco Metropolitano. Entre os procurados estão os autores das mortes de três vigilantes na rodovia que escoltavam cargas de cigarros, em fevereiro e maio deste ano.
Até o início da tarde, quatro tinham sido presos, além de um adolescente apreendido. Um dos presos é Jefferson Targino da Silva, conhecido como Targino, de 31 anos, líder do roubo de cargas na região do Complexo do Chapadão. Ele era procurado pela Polícia Federal (PF) e foi levado para a carceragem da PF, no Centro. A prisão foi possível através do compartilhamento de informações através do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Os demais presos foram levados para a Cidade da Polícia, em Benfica.

No Complexo da Pedreira, os policiais apreenderam uma submetralhadora, seis pistolas e uma grande quantidade de drogas que ainda não foram contabilizadas. Cargas roubadas de caminhões — como pneus, biscoitos, TVs de LCD — também foram recuperadas durante a operação na comunidade. Também há mandados por crimes de tráfico e homicídios.
Segundo as investigações, os crimes ocorreram sempre no mesmo horário, por volta das 9h. Em 17 fevereiro, os três carros com seis vigilantes que escoltavam a carga de cigarros da Souza Cruz foi interceptado por dois veículos com 11 criminosos armados, que atiraram contra os seguranças.

Após a ação, o vigilante Yago Aguiar Santana acabou morto e os assaltantes escoltaram o caminhão onde estava a carga roubada, conforme foi captado pela câmera do veículo da empresa, que também flagrou a movimentação dos bandidos. Ela foi recuperada horas depois.
Em maio, apenas um carro, um Spin, com três vigilantes, fazia a escolta da carga, quando foi surpreendido por 14 assaltantes em outros três veículos. Os criminosos fortemente armados, incluvise de fuzis, atiraram do porta-malas de um dos carros, matando Jones de Souza e Silva, de 28 anos ainda no local. Benedito Charles da Silva, de 46 anos, morreu no hospital da Posse, em Nova Iguaçu, horas depois, enquanto Reginaldo dos Santos Aragão, de 31 anos, teve ferimento na cabeça, costas e na mão direita, mas sobreviveu.

Após o roubo, o motorista do caminhão foi obrigado a entrar em uma estrada de terra, onde foi feita a transferência da carga de cigarros para outro caminhão da quadrilha que aguardava no local. A movimentação foi registrada pela câmera do veículo roubado.
Os presos e apreendidos serão levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré. Eles serão interrogados para fornecer informações que ajudem na continuidade das investigações. Na comunidade do Guandu foram apreendidos dois veículos identificados como de uso da quadrilha para os roubos.

Mais de 7 mil alunos sem aulas
Alunos de escolas do município do Rio estão sem atendimento nesta terça-feira por conta de operações policiais. No total, são oito escolas, seis creches e 10 Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) fechadas, atingindo 7.433 crianças e adolescentes no período da manhã, inclusive nas comunidades do Juramento, Pedreira, Parque Silva Vale e Lagartixa, alvos da operação integrada da PM e Polícia Civil.
Além delas, alunos de escolas localizadas nas comunidades do Complexo do Alemão e Praça Seca estão sem aula por conta de tiroteios. As unidades localizadas na Maré, Complexo do Lins e na comunidade Jorge Turco estão funcionando na manhã dessa terça-feira, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação.

Colaborou o estagiário Matheus Ambrósio